Policiais militares são presos após morte de morador de rua

O laudo do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) aponta oito perfurações por disparos, sendo duas na cabeça da vítima.

Relato dos policiais e indícios de irregularidade

Segundo a versão apresentada pelos agentes Alan Wallace dos Santos Moreira e Danilo Gehrinh, a abordagem ocorreu na noite de 13 de junho, quando Jeferson teria descido de uma árvore próximo ao local em que a viatura estava estacionada. Ao solicitarem os documentos, constataram que ele era procurado por estupro e agressão.

Os policiais informaram em boletim de ocorrência que o morador em situação de rua tentou tomar a arma de um dos agentes ao saber que seria levado ao Distrito Policial. Alegam ter disparado para conter a suposta ameaça.

Falta de imagens e investigação da Corregedoria

Apesar de ambos utilizarem câmeras corporais na ação, informações preliminares indicam que houve tentativa de ocultar as imagens na hora dos tiros. Investigadores também buscaram registros de câmeras de segurança na região, mas relataram que a abordagem aconteceu atrás de uma pilastra, o que dificultou a apuração visual da dinâmica dos fatos.

O processo corre em sigilo de Justiça para garantir a integridade das investigações. – Tribunal de Justiça de São Paulo

Desdobramentos e prisão preventiva dos agentes

A vítima foi encaminhada ao Pronto Socorro da Santa Casa, mas não resistiu aos ferimentos. Familiares de Jeferson não foram localizados pela reportagem até o momento.

Após análise do inquérito conduzido pelo DHPP e pela Corregedoria, a 4ª Vara do Tribunal do Júri decretou a prisão preventiva dos policiais. Eles foram encaminhados inicialmente ao 78º Distrito Policial, nos Jardins, e seguiram para o Presídio Romão Gomes, na Zona Norte da cidade.

Uma terceira policial militar estava na cena, mas permaneceu dentro da viatura durante toda a ocorrência e não foi incluído como investigado.

Morte sob investigação

O caso chama atenção para o uso excessivo da força por agentes públicos e reforça a necessidade de transparência em abordagens policiais, especialmente diante do uso obrigatório de equipamentos de gravação.

A investigação prossegue sob acompanhamento do DHPP e da Corregedoria, com expectativa de novos desdobramentos à medida em que o processo avança.

Estamos apurando todos os detalhes e eventuais irregularidades na conduta dos envolvidos. – Corregedoria da Polícia Militar