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Durante muito tempo símbolo de estabilidade, a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) tem perdido espaço no imaginário da nova geração, que passou a tratar o regime com ironia e desdém, até mesmo transformando-o em piada nas redes sociais.
O caso de um menino negro, de apenas 9 anos, matriculado em uma escola privada no Maranhão, escancarou a dimensão do fenômeno. Beneficiário da política de cotas, ele foi hostilizado pelos colegas, que o apelidaram de “CLT”, como uma forma pejorativa de zombaria.
Esse tipo de atitude encontra eco em vídeos que viralizam na internet. Em janeiro, a influenciadora Fabiana Sobrinho mostrou no TikTok a opinião de sua filha de 12 anos, que descreveu a CLT como sinônimo de rotina opressiva: “andar de ônibus todo dia, muita gente, chefe mandando”.
Especialistas apontam que essa nova percepção é fruto de mudanças profundas nas relações de trabalho. A advogada Marcella Araújo, mestre em Direito do Trabalho pela PUC-Minas, explica que a Reforma Trabalhista de 2017, sancionada no governo Michel Temer, incentivou a flexibilização, mas resultou em maior informalidade e redução da proteção social.
Dados do Ministério do Trabalho confirmam essa transformação. Entre jovens de 18 a 24 anos, 36% deixaram empregos com carteira assinada por conta dos baixos salários; 26% citaram o adoecimento mental provocado por estresse e 20% reclamaram da rigidez nos horários de trabalho.
Na análise da mentora Leila Said, a segurança outrora atribuída à CLT perdeu valor frente à nova busca por liberdade e bem-estar. Segundo ela, os jovens não veem mais benefícios em estar sob liderança autoritária e desejam ambientes menos tóxicos e mais estimulantes.
Ao mesmo tempo, as greves frequentes entre trabalhadores por aplicativos demonstram que o empreendedorismo nem sempre representa liberdade, evidenciando lacunas graves de proteção nesse novo modelo.
Marcella reforça que a CLT já não supre necessidades básicas da população, algo explicitado na polêmica em torno da escala 6x1, que impõe apenas uma folga semanal. Leila complementa dizendo que os jovens priorizam experiências enriquecedoras, como viagens e cursos, e valorizam mais o tempo livre do que os benefícios tradicionais de um emprego fixo.
Empresas que mantêm estruturas rígidas e repetitivas enfrentam dificuldades para reter talentos, pois a nova geração valoriza a mobilidade, o aprendizado contínuo e a diversidade de tarefas. Segundo Leila, essa geração deseja desenvolver novas habilidades, ao contrário do modelo antigo que priorizava a especialização estática.
Ela defende que líderes devem repensar sua forma de gestão e buscar engajar seus colaboradores a partir de suas motivações pessoais, promovendo espaços de cocriação e colaboração.
A remuneração, por si só, já não é suficiente para manter os jovens em uma empresa. Leila afirma que a comunicação é uma das habilidades centrais para o sucesso nesse novo cenário e que lideranças, educadores e pais precisam desempenhar papéis importantes nessa transformação.
Na opinião dela, o ambiente de trabalho precisa evoluir para comportar equipes mais ágeis, diversas e conectadas à realidade atual. Em vez de ver irresponsabilidade, Leila enxerga uma geração mais criativa e inovadora.
Por fim, ela acredita que os antigos benefícios da CLT não atendem mais às expectativas contemporâneas. Hoje, os jovens desejam contratos que garantam liberdade e desenvolvimento pessoal. “Eles não querem assinar carteira, querem assinar contratos”, conclui.
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