Lula reage a tarifas de Trump com jabuticaba e apelo à diplomacia

A medida gerou forte reação do governo federal, que sinalizou disposição para o diálogo, mas não descarta retaliar com base no princípio da reciprocidade. De acordo com Lula, caso não haja acordo até a data-limite, o Brasil poderá responder à altura. O vice-presidente Geraldo Alckmin adiantou que o Executivo deve publicar, até a próxima terça-feira (15/7), um decreto que regulamenta a aplicação da reciprocidade.

A percepção dentro do governo é de que a ação de Trump possui viés político e não econômico. A cúpula petista entende que o gesto pode ter relação direta com posicionamentos ideológicos, e não apenas com fatores comerciais.

O impacto das tarifas recai sobre uma parcela significativa das exportações brasileiras. Aproximadamente 12% do total vendido pelo país ao exterior tem como destino os Estados Unidos. Setores como petróleo bruto, ferro, aço, celulose, carne bovina, café, suco de laranja, aeronaves e equipamentos do setor energético estão entre os mais afetados.

Veja alguns dos países e as tarifas impostas:

Brasil: 50%

Laos: 40%

Myanmar: 40%

Camboja e Tailândia: 36%

Bangladesh e Sérvia: 35%

Indonésia: 32%

Diversos outros, como África do Sul, Argélia, Líbia, México e União Europeia, sofreram taxações de 30%.

“O cara que come jabuticaba de manhã, num país que só ele dá jabuticaba, não precisa de briga tarifária”

Com a aproximação da entrada em vigor das novas tarifas, o governo brasileiro se movimenta para proteger seus interesses e manter a soberania nacional frente ao cenário internacional instável.