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Uma crise silenciosa envolvendo o Fies começa a gerar grandes impactos nos bancos públicos, nas universidades e em toda a cadeia produtiva que depende de mão de obra qualificada. A inadimplência no programa de financiamento estudantil não apenas ameaça o equilíbrio financeiro de instituições como a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil, como também compromete o acesso ao ensino superior por estudantes de baixa renda.
Dados do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) indicam que, entre 2020 e 2024, a soma dos prejuízos já ultrapassa R$ 15,7 bilhões. No entanto, o cenário é ainda mais grave quando se observa o Banco do Brasil: o mercado estima que o passivo chegue a R$ 26 bilhões. Essa cifra se refere aos contratos firmados entre 2010 e 2018, período em que o banco atuava como operador do Fies. Atualmente, o BB contabiliza 838.213 contratos em fase de amortização, dos quais 572.617 estão inadimplentes.
Desde 2018, a Caixa assumiu com exclusividade a operação do Novo Fies. No momento, são 1.198.913 contratos nessa fase no banco, sendo que 746.304 estão com pendências. O FGEDUC, fundo de garantia que cobre inadimplência, dispõe de apenas R$ 20 milhões — valor muito inferior ao necessário para sanar a dívida estudantil.
“Talvez a gente tenha feito uma concepção lá em 2017 que está empurrando instituições e alunos para fora do sistema”
Ele defende uma reestruturação do Fies, propondo a integração com o ProUni e uma visão mais voltada às necessidades sociais. Critica, ainda, a ausência de mecanismos que permitam renegociações mais flexíveis diretamente com as instituições. Já Claudio Jacoski, da Associação Brasileira das Universidades Comunitárias (Abruc), sugere um fundo rotativo nos moldes do que é praticado na Austrália, em que os formados retribuem ao sistema com parte de seus rendimentos.
Além das instituições, o setor produtivo também sente os efeitos da retração no financiamento. Para Coimbra, cerca de 80% da educação superior atende às classes D e E, onde o Fies muitas vezes é a única chance de acesso ao ensino. Com a exclusão desses estudantes, principalmente nas pequenas cidades, há prejuízo direto na formação de mão de obra qualificada, vital para o desenvolvimento local e nacional.
“Só vai sair gente se entrar gente. E hoje o maior problema é que as pessoas não cumprem os requisitos esperados”
A crise no Fies também chega à esfera judicial. De 2020 até abril de 2025, o número de processos relacionados ao programa chegou a 89.610. O salto de 231 ações em 2020 para 36.784 em 2024 revela o aumento exponencial dos conflitos. Só neste ano, até abril, já são 11.527 casos. Segundo o advogado Felipe Moreira, os processos discutem prazos de carência, valor das parcelas e mudanças nas regras. Ele explica que a judicialização permite aos estudantes reorganizar suas dívidas e até obter liminares para suspender pagamentos temporariamente.
“Você paga duas, três vezes mais do que a média de mercado”
A jornalista Érica Rodrigues, de 29 anos, ilustra os efeitos da renegociação. Após se formar em 2018, passou cinco anos inadimplente, mas conseguiu quitar sua dívida de R$ 50 mil por pouco mais de R$ 6 mil, graças a um programa lançado no fim de 2023. “A gente se formou endividado e sem nenhuma perspectiva de estabilidade financeira”, desabafa.
“Precisamos diferenciar aquele que não paga porque não quer e aquele que não paga porque não pode”
Até 2024, mais de 387 mil renegociações foram firmadas, gerando uma arrecadação de quase R$ 795 milhões apenas com os pagamentos iniciais. Apesar disso, os desafios continuam, e o futuro do Fies segue como uma incógnita — com impactos não só nos bancos, mas em toda a estrutura de ensino e produtividade nacional.
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